I)
Hoje, neste instante, o sol teimoso e quente não me deixa ver o teu rosto e diz-me que tenho de esperar umas horas!
Troco-lhe as voltas e finjo que sou mais forte, mesmo que não o seja...
Escondo-me na sombra de uma árvore, esperando pela brisa fresca do teu olhar, sem tempo nem relógio que nos marque a hora de chegar ou ir embora.
Esse tempo único e insubstituível , só nosso, na vida que o sol nos concede, a cada novo amanhecer.
Este tempo, somos nós, trazendo do passado a luz nas mãos e palavras soltas, guardadas cuidadosamente no leito de um rio.
Basta um instante e tudo pode mudar.
Talvez chova mais logo mas agora é dia de não chover...
II)
Damos de nós o tempo que pode ser o breve instante de um abraço, uma palavra, um gesto e até o tempo partilhado de um silêncio, onde não são necessárias palavras.
O tempo de um olhar, um pensamento, por bem querer.
Ou não damos tempo e somos ... nada!