Joseph Addison
Música: "Ansias del Alba" por - Santiago Feliú
Música: "Ansias del Alba" por - Santiago Feliú
PRIMAVERA NA RAIA II
«Aqui, a matriz é de oiro intenso
e o vento descuida o passaporte.
Manda o sol. E, com um pouco de sorte,
é a este lugar que eu pertenço.
Por agora, é na raia beirã que penso,
na Campina impressiva e forte.
Além, espanhas, o horizonte, o corte
umbilical, nivelado e denso.
Deixo no trigo, já segado, o meu olhar
diluir-se entre a filigrana e os lilases.
Regresso à terra, faço as pazes
com este chão materno que me implora
o verbo e a alma sem demora
e me obriga, mais uma vez, a sonhar. »
João de Sousa Teixeira
Dez. 2007
Música: "Horizon" - Aria. Vol.2
A urze cresce rasteira pelos pinhais.
Entre o verde, surge pelas encostas.
Quase em silêncio, adivinha o calor,
Nos passeios alegres das crianças!
Em brincadeiras ou jogos de bola,
Refrescam os seus pés em ribeiros;
Nas águas límpidas, aquecidas pelo sol.
Quando olhei esta fotografia, revivi a infância.
Passeios a pé ou de bicicleta, pelos caminhos da minha aldeia.
Um dia, o fogo levou aquele encanto.
Pouco ficou do brilho da urze!
Negros, os fetos, as giestas e a esteva de flor branca.
Entre o pinhal perdido, queimado e esquecido!
(...)
Música: "Lullabye (Sviraj)" - Aria. Vol.2
Flor do Campo - Fotografia de M.S. ( 2006)
Flor do Campo
Pedaços de terra esquecida,
Jardim de mil flores,
Semeado por mãos de menina.
Reflexos de um olhar,
No doce sorriso,
De quem sabe esperar!
Secretas pétalas,
No corpo do tempo.
A cor do vento,
Semeia novos caminhos...
Estrela do Mar,
Em corpo de Mulher,
Num desejo circular...
(Outubro 06)
Flor do Campo I
Esquecem algumas fragilidades e soltas
Germinam a cada instante, sem medos.
Docemente tomam forma, ganham vida.
Efémeras, penetram a terra no tempo,
Transformam suas tristezas numa dança.
Renovam-se naquela estranha claridade
Que se entranha silenciosa no novo dia!
Que lhes importa se um tempo vaidoso
Endureceu algumas das velhas árvores?
Altivas, rejeitam mudanças do novo dia!
Renovam-se a cada momento, voz estranha
Ora suave e calma, ou silenciosamente fresca
Na noite as embala e adormece, sem medos...
(Abril 07)
Flor do Campo I I
Algo maior te ligou ao chão, à terra,
Abraça o vento onde nasceste, flor.
De ouro vestida em pétalas de fogo,
Frágil, saboreias o brilho forte do sol.
O tempo certo, refrescará teu canto!
(Maio 07)
Flor do Campo I I I
O tempo certo, refrescará teu canto?
Repousas dessa tua viagem e suave
adormeces na terra que te viu nascer!
No silêncio, permaneces sob um manto
e deixas correr o tempo longo ou breve,
num olhar solto para além do horizonte.
Se tuas pétalas foram orvalho, noite ou luz
não foi só pelo lamento, também pela Vida!
Da terra esquecida, aqui te deixo, FLOR...
(1 Agosto 07)
Flor do Campo IV
Mais que o querer falar (te)
das flores peço o teu perdão
Pelo tempo de alvos e puros
Esses, os cravos, em tua mão
Hoje são, vindas de longe,
outras cores ou ilusões, luz
feita sonho de urze no verso
Um tempo novo, em ti, seduz
(16 Nov. 07)
Música: Crepúsculo - (Coimbra - Espírito e Raíz)
flickr.com - photos * Mylens
O silêncio na voz...
Amargo se é ausência de nós
Entre lágrimas que torturam
Rasgam por dentro o sentir
A voz do silêncio...
Acetinado o afago de sons
por palavras que murmuram
entre si, suaves pétalas de fogo
em - Além do Horizonte
Porque quando uma porta se fecha há sempre a possibilidade de tentarmos abrir uma janela.
Não importa se essa se fechará ou rasgaremos outra porta - o que faremos depois!
Além do Horizonte terá sempre o significado próprio no espaço de tempo que sobre ele me/nos detivermos.
Nem sempre a linha que o define terá sido ou será perceptível ao primeiro olhar, entre o real e o imaginário
- mais ou menos como por aqui!!!!!-
...Entre o real e o imaginário...
Onde começa um e acaba o outro?!
Fiquemos um pouco entre o sentir e a razão.
Nada é definitivo!
Também algumas das palavras...
Soltas ao sabor do momento...