Escolheu o seu papel cuidadosamente
como se fosse o mais bonito vestido.
Pensou em todas as palavras já ditas
E deixou a música tocar sem pausas.
O seu vestido de festa compôs o papel.
Talvez lembrando outra música ou a voz,
Embalando letras, num passo de dança,
Passo a passo, escrevendo novas palavras.
Há quanto tempo não escrevia uma carta,
Não sentia o cheiro da tinta nas entrelinhas
Ou o deslizar da sua mão firme mas leve,
Dizendo da vida , dos dias, dando notícias .
(A carta seguiu nesse mesmo dia...
Até hoje aguarda por uma resposta!)