domingo, 30 de dezembro de 2007

Da Natureza ao Homem...




[ Danças....] - 'Olhares..com'


"O sol é para as flores o que os sorrisos são para a humanidade"
Joseph Addison




Música: "Ansias del Alba" por - Santiago Feliú

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Regresso à terra ( ... Raia II )

Primavera na Raia II - 2007
acrílico sobre tela , 100 x 150 cm, de © L. Silveira
http://www.luis-silveira.com/





PRIMAVERA NA RAIA II


«Aqui, a matriz é de oiro intenso
e o vento descuida o passaporte.
Manda o sol. E, com um pouco de sorte,
é a este lugar que eu pertenço.

Por agora, é na raia beirã que penso,
na Campina impressiva e forte.
Além, espanhas, o horizonte, o corte
umbilical, nivelado e denso.

Deixo no trigo, já segado, o meu olhar
diluir-se entre a filigrana e os lilases.
Regresso à terra, faço as pazes

com este chão materno que me implora
o verbo e a alma sem demora
e me obriga, mais uma vez, a sonhar. »


João de Sousa Teixeira

Dez. 2007




Música: "Horizon" - Aria. Vol.2

domingo, 2 de dezembro de 2007

Urze

Moitas
Arte Digital - Photos
Fotografia de © Armando Cardoso



A urze cresce rasteira pelos pinhais.

Entre o verde, surge pelas encostas.

Quase em silêncio, adivinha o calor,

Nos passeios alegres das crianças!

Em brincadeiras ou jogos de bola,

Refrescam os seus pés em ribeiros;

Nas águas límpidas, aquecidas pelo sol.





Quando olhei esta fotografia, revivi a infância.

Passeios a pé ou de bicicleta, pelos caminhos da minha aldeia.

Um dia, o fogo levou aquele encanto.

Pouco ficou do brilho da urze!

Negros, os fetos, as giestas e a esteva de flor branca.

Entre o pinhal perdido, queimado e esquecido!

(...)




Música: "Lullabye (Sviraj)" - Aria. Vol.2

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Flor do Campo

Flor do Campo - Fotografia de M.S. ( 2006)

Flor do Campo


Pedaços de terra esquecida,

Jardim de mil flores,

Semeado por mãos de menina.

Reflexos de um olhar,

No doce sorriso,

De quem sabe esperar!


Secretas pétalas,

No corpo do tempo.

A cor do vento,

Semeia novos caminhos...


Estrela do Mar,
Em corpo de Mulher,
Num desejo circular...

(Outubro 06)



Flor do Campo I


Esquecem algumas fragilidades e soltas
Germinam a cada instante, sem medos.
Docemente tomam forma, ganham vida.
Efémeras, penetram a terra no tempo,
Transformam suas tristezas numa dança.
Renovam-se naquela estranha claridade
Que se entranha silenciosa no novo dia!

Que lhes importa se um tempo vaidoso
Endureceu algumas das velhas árvores?
Altivas, rejeitam mudanças do novo dia!


Renovam-se a cada momento, voz estranha
Ora suave e calma, ou silenciosamente fresca
Na noite as embala e adormece, sem medos...
(Abril 07)





Flor do Campo I I


Algo maior te ligou ao chão, à terra,
Abraça o vento onde nasceste, flor.

De ouro vestida em pétalas de fogo,
Frágil, saboreias o brilho forte do sol.
O tempo certo, refrescará teu canto!
(Maio 07)


Flor do Campo I I I

O tempo certo, refrescará teu canto?
Repousas dessa tua viagem e suave
adormeces na terra que te viu nascer!

No silêncio, permaneces sob um manto
e deixas correr o tempo longo ou breve,
num olhar solto para além do horizonte.

Se tuas pétalas foram orvalho, noite ou luz
não foi só pelo lamento, também pela Vida!

Da terra esquecida, aqui te deixo, FLOR...

(1 Agosto 07)

Além do Horizonte

Flor do Campo IV


Mais que o querer falar (te)
das flores peço o teu perdão
Pelo tempo de alvos e puros
Esses, os cravos, em tua mão


Hoje são, vindas de longe,
outras cores ou ilusões, luz
feita sonho de urze no verso
Um tempo novo, em ti, seduz


(16 Nov. 07)







Música: Crepúsculo - (Coimbra - Espírito e Raíz)

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Primeiro dia...

Cavalos... - 2006
acrílico sobre tela , 70 x 70 cm, de L. Silveira




Sem cordas que os amarrem

a descoberta de novos campos
Sem memórias , livres correm
velozes ou a passo, por dias soltos






Musica: "O Primeiro dia..." * Sérgio Godinho

sábado, 6 de outubro de 2007

Retrato Antigo...


Retrato 1 © Armando Cardoso
(Solarização simples, a preto e branco )
*Photos

Olhou atenta aquele rosto
como se o visse pela primeira vez!
Ali estava, meio esquecido,
num canto da velha estante de nogueira.


Um retrato antigo...
Fotografia habilmente captada,
trabalhada e cheia de força!
Feita a preto e branco,
com o brilho de muitas cores d'Alma .

Há imagens que valem por mil palavras...
Há palavras que são um entrelaçado
de cores, sons...
Há rostos que nos deixam parados,
de olhar fixo.
Tentamos decifrar um sentimento,
um pensamento, fragilidades...

*

Não sei se é só o seu olhar,
se os lábios entreabertos,
na mão que afaga o rosto.
Uma expressão de mistério, de sedução
ou melancolia e solidão...
Um querer dizer ou ficar em silêncio!

O abraço que se dá, se espera,
lembra ou quer esquecer.
Um instante de vida,
na vida que se (não) tem,
deseja ou sonha.
Secreto pedido, um apenas,
envolto nos cabelos soltos.
A noite chegará lentamente?

*


(A noite chegará como sempre!
Não precisa de o esconder.
Na velha estante, permanecerá...
Meio esquecido, retrato antigo!
Só num olhar breve e fugidio .)
em 28 fevereiro o7




"May It Be" - * Enya

terça-feira, 2 de outubro de 2007

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Viagem...

fotografia * MJ
Quando começa uma viagem?
Levanta voo, num instante, em direcção ao azul?
Por estradas ou pelo mar?
Onde nos leva?
A lugares de sempre?
A espaços por descobrir, desejos secretos?
Partir à aventura sem rumo certo??
Depois há aqueles caminhos de terra batida onde o tempo se esquece.
Levam-nos para lugares de ninguém, cheios de sons quase desconhecidos.
Ouvimos pássaros ou aves. Não lhes sabemos o nome!
Um pardal, um melro, um pintassilgo...
Sentimos cheiro do rosmaninho, da urze...
Viagens que fazemos sem sair do mesmo lugar!
E tão longe nos levam entre lembranças passadas, instantes vividos...
Onde o hoje já é ontem e pode ser (ou não) o amanhã!
(29 set. 07)

sábado, 22 de setembro de 2007

Janela sobre o Horizonte....

A Voz do Silêncio


flickr.com - photos * Mylens

O silêncio na voz...

Amargo se é ausência de nós

Entre lágrimas que torturam

Rasgam por dentro o sentir






A voz do silêncio...

Acetinado o afago de sons

por palavras que murmuram

entre si, suaves pétalas de fogo


em - Além do Horizonte




Porque quando uma porta se fecha há sempre a possibilidade de tentarmos abrir uma janela.

Não importa se essa se fechará ou rasgaremos outra porta - o que faremos depois!

Além do Horizonte terá sempre o significado próprio no espaço de tempo que sobre ele me/nos detivermos.

Nem sempre a linha que o define terá sido ou será perceptível ao primeiro olhar, entre o real e o imaginário

- mais ou menos como por aqui!!!!!-

...Entre o real e o imaginário...


Onde começa um e acaba o outro?!

Fiquemos um pouco entre o sentir e a razão.

Nada é definitivo!

Também algumas das palavras...

Soltas ao sabor do momento...


segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Um olhar...


















flickr.com - photos * A.Zaks

Olhas-me assim!!

Que esperas?

Eu não sei!`Talvez possa tentar adivinhar ...

Falamos depois...

Amanhã, logo cedinho, quando chegares, dou-te um beijo






Sim, quero ver todos os segredos e novidades que trazes a caminho da escola!






flickr.com - photos * A.Zaks



...


sábado, 8 de setembro de 2007

Entardecer de um dia...

fotografia * White Angel
Pedi-te uma fotografia para palavras soltas!
(Obrigada, minha amiga. Escolheste bem! )
O entardecer de um dia.
O aproximar da noite...
Sempre neste ciclo que se sucede a cada vinte e quatro horas...
E quantas coisas me lembraram ao fixar o olhar neste por do sol!
Palavras...
Tempos de Estudante!
Uma certa tarde, deram-nos um tema para desenvolver na disciplina de Língua Portuguesa.
Seria mais ou menos assim:
- Nas vinte e quatro horas de um dia , o que fazemos ou inventamos para modificar o Mundo?
Todos nós, com vinte e poucos anos, ficámos meio encolhidos e de algum modo sem saber que volta dar àquela frase ou à folha de papel ...
Lembro-me que fiquei um bom tempo a olhar para os meus colegas, para a frase no quadro negro e para a professora. De pouco adiantou.
Confesso que me senti sem saber o que dizer!!
Após o embaraço inicial uns escreviam, outros tentavam inspirar-se no vizinho do lado...
Eu continuava distraída da folha de papel e brincava com a esferográfica sem me ocorrer uma palavra por onde começar...
Lembro-me de ter olhado pela janela...
À procura de uma pista, sei lá eu bem!
Mas daquela sala do segundo andar não se viam as pessoas na rua ou qualquer situação mais ou menos insólita...
Da janela só se viam os ramos mais altos das árvores e o céu, provavelmente com algumas nuvens.
Se no azul estivesse por momentos um daqueles traços que os aviões deixam ...
Não passaram aviões!
E o tempo, quase o esqueci.
A folha tinha o meu nome, a tal frase e linhas em branco.
De repente senti um ligeiro toque no braço.
Do meu lado direito, uma voz perguntou quase em surdina:
- Então, não escreves?? Já faltam quinze minutos!!´
Pensei...
Quinze minutos!?
Muito ou pouco tempo??
Naquele instante olhei a cara meio apreensiva do meu colega e fiquei sem resposta!
Virei-me para a dita folha como se lhe pedisse ajuda...
Não tinha saída possível. Escrevi a primeira palavra e outras se seguiram.
Desliguei daquele espaço,da sala, da professora, do colega do lado.
Perdi-me pelo mundo, numa hipotética viagem de vinte e quatro horas.
(Em quinze minutos... )







quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Caminhar...


"The light is playing with the tree"
Foto de Adriana R.
Naquela tarde quente de Verão, sentiu o corpo cheio de cansaços pelas noites perdidas em palavras que ficaram por dizer.
Não pensou em nada de concreto enquanto desceu pela encosta agreste e íngreme.
Algumas ervas e silvas rodearam-lhe os sapatos já retocados pela terra.
Sentiu mais forte o calor sobre o rosto mas continuou a caminhar lentamente...